
eve ser muito ruim perder a memória. Esquecer do que se viveu, de tudo o que passou... Poxa, muito chato isso!
Os momentos engraçados. Os lugares pelos quais você passou. As pessoas que viu. As pessoas que conheceu. As coisas que presenciou. As tristezas. As loucuras. As alegrias. As amizades. As paixões...
Não, isso eu não quero pra mim. É... Acho que ninguém quer... Eu acho... É como se a pessoa fosse velha, mas que não tivesse vivido. O que lhe faz viver é a memória, é ela que não lhe deixa falhar [se bem que muitas vezes ela deixa a desejar].
Esse pensamento me ocorreu, porque hoje eu vi o filme “Diário de uma paixão” . Nele o cara lê todos os dias para a mulher, sem memória por causa de uma doença degenerativa no cérebro, a história da vida deles, com esperanças de que ela lembre... e de vez em quando ela lembra. Mas na maior parte do filme, enquanto eles estão numa casa de repouso – lê-se, azilo - , ele é um completo estranho pra ela.
- Será se existe amor desse jeito??? – Pergunta minha irmã, na hora do filme.
- Existe. –Respondo.
- Pois eu duvido muito. – Ela diz.
Hoje percebi, que existem amigos meus que eu faria isso por eles... Apesar de saber que não é uma coisa recíproca. Mas isso não me interessa muito, eu amo pelos dois. Se bem que eu já tinha percebido isso há um bom tempo...
O problema é que as pessoas não acreditam no amor...
Pronto! Agora eu já posso escrever um livro de auto-ajuda! Ecaaa! Pensando bem, eu nunca li um... e nem sinto necessidade.
Mas isso é verdade. Elas têm mania de complicá-lo, culpá-lo, mal usá-lo, mal interpretá-lo, ignorá-lo... Eu só não uso muito as palavras, mas costumo demonstrar meu amor pelas pessoas e principalmente pelo mundo.
Sim, mas eu comecei falando de memória. Essa minha mania de fugir do assunto inicial... Gosto da minha, e quero mantê-la, principalmente para contar coisas aos filhos e netos...
Como o dia que eu “tentei me suicidar” bolando escada a baixo [CEFET-PI]. Um degrau, um degrau apenas, e 15 dias em casa...
Ou o dia que eu gritei com um amigo meu, no meio da festa, bem na hora que a música parou...
A minha peregrinação pelas ruas de um bairro muito desnivelado de minha cidade. Carregando dois amigos e lutando contra a força da gravidade e o cansaço, num dia de resultado de vestibular [UESPI-2006]...
Meu primeiro filme de corrida, quer dizer, terror [- Não para de correr nunca! – Haaa! – Morre porra!]...
Uma gangorra não utilizada numa certa pizzaria [Foi mal Andsu, não consegui! Eu não consegui!]
Enfim... Tantas coisas vividas... Tantas coisas feitas... Tantas amizades... E eu aqui, desse jeito...
Depois eu continuo...
Elenise Penha