agosto 12, 2007

A Prece de Um Pagão



ão deixes esfriar tua chama!

Minha alma entorpecida aquece,
Volúpia, inferno de quem ama!
Escuta, diva, a minha prece!

Deusa no espaço derramada,
Flama que dentro de nós desperta,
Atende a esta alma enregelada,
Que um brônzeo cântico te oferta.

Volúpia, abre-me a tua teia,
Toma o perfil de uma sereia
Feita de carne e de veludo,

Ou verte enfim teu sono mudo
No vinho místico e disforme,
Volúpia, espectro multiforme!

Charles Baudelaire