setembro 01, 2007

Evoé!


Não falarei de amor. Muito menos pensarei nele.
Minhas palavras já foram muitas para esse tema e ele é demais corrompido.
Farei ditos de alegria.
O amor na maioria das vezes é associado à dor. Sofrimentos. Corações partidos e/ou felizes-abestalhados aqui não têm vez.
Farei ditos de alegria. Que contamina e toma parte de muitos corpos e mentes. Uma alergia não letal. Que passa a ser irritante e purulenta quando passa a ser inoculada em doses desordenadas e em pessoas desordenadas. Uns sim, outros não.
Mas cantemos o júbilo.
Aqui a outra parte também não tem vez. Os sentimentos de bem-estar somente serão bien venidos. Cantemos o prazer.
Ditos de hedonismo.
Evoé Baco!
Mande o rei Penteu ir passear. Conceda os desejos aos mortais. Alimente-os com a sangue. Divirta-os e ensine.
Sentemos.
Olhe, tem uma cadeira bem ali, entre Epicuro e Afrodite.
Távola redonda.

A balança existe e tudo em demasia é poluição.


Elenise Penha