Às vezes baixa em mim aquele complexo de inferioridade que, se eu fosse diferente, tudo seria mais fácil. Aquele complexo de inferioridade maldito que sempre baixa nas horas mais impróprias, mas que pelo menos servem para bons momentos de reflexão.

Não tenho escrito nada de muito produtivo ultimamente. Até nos dias que eu não deveria ter escrito nada, porque tinha coisas mais importantes a serem feitas, acho que produzi mais. Minto. Escrevo, sempre, mas nada que possa/mereça ser mostrado. Além do mais perdi o meu caderno em meio aos destroços de minha alcova.

Sonho. Muitas vezes até acordada e tenho me impressionado muito com eles. Besteira, talvez pura besteira.

Aí o complexo de inferioridade volta e me espatifo no fundo do poço de novo. (Ainda bem que ele não é fundo demais e as paredes estão cheias de lembranças).

Penso que se não tivesse feito algumas coisas tudo seria diferente. Assim como era no princípio, agora e sempre. Penso, e pensamento não é o mesmo que arrependimento, ainda bem. Mas confesso que de vez em quando sobem os remorsos. Alguns. Não minto.


"Ói! A culpa é toda tua! Quem mandou não calar quando queriam... quem mandou não ser triste quando queriam... quem mandou não sorrir quando queriam??? Obedeça aos outros. Não seja você. Limita-te à cumprir as 'ordens'. Seja como eles querem. Senão vais continuar sempre assim. Sabe o teu sorriso? Alto demais. Sabe aquele dia? Não deverias ter feito aquilo. Sabe o teu cabelo? Colorido e indiscreto. E não tem aquelas músicas que escutas? Chatas. Principalmente quando és tu que as escuta.

Deixa disso menina! Te enfeita. Use batom/gloss/sombra/pó. Tira essa calça. Essa blusa até que vai... Mochila? Hum-hum. Ajeita esse cabelo. Quem sabe uma escova? Rebole. Essa saia é muito grande. E essa havaiana então... Pára de roer as unhas e some com essas pulseiras. Tsc-tsc. Você não tem jeito mesmo... E trata de arranjar mais amigas mulheres! Andar só com homens não é coisa de menina que se preze. (...)"

Se as coisas fossem diferentes...