Domingo, dia mais doloroso da semana. Muito a fazer. Nada a realizar. O som no bar da esquina. Calor. O que está longe vindo ao pensamento. Todos os livros não lidos. O emprego inexistente. A necessidade financeira. O apreço... Ofereço meus dias aos tempo, e minha vida ao mundo. O falta de som da tevê quebrada. O ruído das coisas. Estalos na madrugada, o medo do escuro, a lentidão. Se acabar o domingo terei que sair daqui. Terei que atender telefones, terei manter olhos abertos e erguidos. Dei tempo ao tempo e ele chegou. Como quem não quer nada e mostrou que é assim, mas poderia ser de outra forma...
Elenise Penha
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