fevereiro 27, 2015

Era dada a fascínios e deslumbres. Criava superstições próprias que só ela entendia. Tiro e queda. Acreditava em cartas. Tarot, baralho ou correio. Menos nas de amor. Nas de amor não. A vida lhe ensinara que essas não são nada ridículas. São lindas, mas não verdades. Palavras dizem de tudo. De tudo e de todos. Será se é essa não-verdade que as ridiculariza?

E tinha medo das palavras. Era trauma, sabe? E aprendera a ler sinais. A abrir os olhos. A acreditar. Desde então tentava não enlouquecer diante de todas as possibilidades. Tentava enxergar as cores do dia. Tentava tentar.

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